Comunidade de Energia Renovável

O Projeto Piloto de Comunidade de Energia Renovável (CER) na Ilha da Culatra visa testar a viabilidade técnica e económica de uma CER, permitindo a inclusão de tecnologias inovadoras, com resultados que possam repercutir-se em propostas de desenvolvimento legal e regulamentar. A criação de uma Comunidade de Energia Renovável permitirá cativar na ilha parte dos lucros que ganham as operadoras de rede com a venda e distribuição de energia, dinheiro que poderá ser investido no aumento da capacidade de geração. Significa desconto direto nas faturas, desconto esse que aumenta com a capacidade de geração. Foi submetida à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) uma candidatura a projeto piloto. Se essa candidatura for aprovada podemos testar durante 1 ano a viabilidade técnica e económica da CER da Culatra, e usar os resultados para propor alterações ao regulamento do autoconsumo coletivo que potenciem o seu sucesso. Por exemplo, (1) implementar novas formas de gestão de consumo, que passem pela integração de sistemas de gestão de energia, e que permitam controlar o consumo de equipamentos dos membros da Comunidade de Energia Renovável, integrando previsão de procura e de geração renováveis, tendo em consideração as limitações da rede elétrica existente; (2) implementar um modelo de economia participativa, que permita a distribuição de custos e proveitos da geração renovável, e que suporte o envolvimento da comunidade, o investimento em novos equipamentos, entre outras.

Neste momento estamos a dar os passos para criar a Culatra Coop, a Cooperativa para o Desenvolvimento Sustentável da Ilha da Culatra, que basicamente será a Entidade Gestora do Autoconsumo Coletivo da Ilha da Culatra. A Culatra Coop que tem um objeto social muito mais alargado e é formada exclusivamente por Culatrenses. Essa cooperativa decidirá o futuro da Culatra de forma articulada com as associações existentes, i.e., investir em mais geração, combater a desigualdade, melhorar as condições de vida, inovar nas atividades económicas principais, etc. No fundo, capacitar a comunidade para ter meios económicos e autonomia para decidir o seu futuro, mantendo a sua identidade.